Condomínios lesados em mais de R$ 50 milhões: como evitar que o seu seja o próximo?

Juracy Braga Soares Junior
Publicado em: sab, 05/04/2025 - 15:38

Em um cenário onde os moradores de condomínios buscam segurança, organização e transparência, notícias envolvendo desvios milionários por parte de administradoras geram não apenas indignação, mas também preocupação. Afinal, ninguém quer acordar um dia e descobrir que as finanças do seu condomínio foram comprometidas — e que, por isso, você terá que pagar taxas extras por anos para cobrir rombos deixados por terceiros.

Infelizmente, essa não é uma situação hipotética. Ela é real, documentada e tem atingido centenas de condomínios por todo o país. E o mais alarmante: muitos desses desvios aconteceram sem que os moradores sequer desconfiassem.

Casos reais de desvios em condomínios
Vamos analisar três casos recentes que ganharam notoriedade na mídia:
Em São Paulo, uma administradora foi acusada de desviar 30 milhões de reais dos condomínios que gerenciava.
Em Porto Alegre, o montante desviado por outra empresa chegou a 7,5 milhões de reais.
• Novamente em São Paulo, outra administradora teve o nome envolvido em um caso de desvio de 10 milhões de reais.

O mais surpreendente nesses episódios é que os próprios donos das administradoras confessaram os desvios e declararam que não têm como devolver os valores.
Ou seja: os prejuízos recaem diretamente sobre os moradores.

Quem paga a conta?
A resposta é simples — e dura: todos os condôminos. Os moradores acabam sendo obrigados a arcar com taxas extras ao longo de meses, ou até anos, para:
• quitar contas vencidas;
• reconstruir o caixa do condomínio;
• manter a operação regular do prédio.

E o pior é que, na maioria das vezes, essa situação poderia ser evitada com medidas simples de governança e controle interno.

Quais erros permitiram esses desvios?
Esses casos apresentam padrões semelhantes de falhas que favoreceram o surgimento das fraudes:

1. Falta de controle nos pagamentos. A total responsabilidade sobre os pagamentos foi entregue às administradoras, sem qualquer conferência ou sistema de dupla checagem. Isso é um erro grave. Boas práticas recomendam que os pagamentos sejam realizados pelo síndico e, preferencialmente, que exista dupla assinatura: com o subsíndico ou um membro do Conselho Fiscal participando da liberação dos recursos.

2. Inoperância do Conselho Fiscal. Em todos os casos, o Conselho Fiscal não atuava de forma efetiva, ou simplesmente não existia.

Muitas vezes, os moradores elegem conselheiros apenas para “preencher uma exigência da convenção”, sem considerar a importância desse órgão na fiscalização das contas.

Como prevenir esse tipo de fraude?
Para proteger seu condomínio de situações semelhantes, seguem algumas orientações fundamentais:

Escolha conselheiros com perfil técnico e disponibilidade. O Conselho Fiscal deve ser composto por pessoas que:
• tenham tempo para analisar documentos e balancetes;
• possuam conhecimentos básicos sobre finanças e contabilidade.
Caso não existam condôminos com esse perfil disponíveis, a alternativa é clara: Contratar uma Auditoria de Prestação de Contas

A contratação de uma auditoria independente e permanente é uma medida que fortalece a governança e oferece segurança jurídica e financeira ao condomínio. Além de examinar a legalidade e legitimidade dos atos de gestão, a auditoria também orienta boas práticas, detecta riscos e aponta soluções.

Mas... auditoria não é cara?
Essa é uma objeção comum. Mas vale a reflexão: Caro é pagar as contas do seu condomínio duas vezes. Enquanto uma auditoria tem um custo previsível e acessível (principalmente quando rateado entre dezenas ou centenas de unidades), um desvio de recursos pode comprometer o orçamento de todos os moradores por anos.

Conclusão. Transparência, controle e fiscalização não são apenas boas práticas, mas sim necessidades urgentes na gestão condominial. Se o seu condomínio ainda não conta com uma estrutura de controle eficiente ou não realiza auditorias periódicas, talvez seja hora de repensar esse modelo. Você tem certeza de que os recursos das taxas condominiais estão sendo bem administrados? Se a resposta for “não sei” ou “espero que sim”, o risco já está instalado. Se quiser saber mais sobre como funciona uma Auditoria Condominial e entender se o seu condomínio precisa contratar esse serviço, entre em contato com a equipe da Unieducar ou com um Auditor de sua confiança.

Ou manda um e-mail para profjuracysoares@gmail.com

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Prevenir é sempre mais barato — e mais inteligente — do que remediar.

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